21 de outubro de 2014

{Resenha #15} Todo Dia - David Levithan

Oi galera!
Como seria sua vida se você acordasse cada dia em um corpo diferente? Essa foi a proposta feita por David Levithan no seu romance "Todo Dia".

  

Editora: Galera Record
Nº de páginas: 279
Ano: 2013
Nota: 5/5

Neste novo romance, David Levithan leva a criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.

Nesta história acompanhamos a vida de A, um personagem intrigante e sem um sexo definido. Todos os dias A acorda no corpo de uma pessoa diferente, sempre foi assim. Ele não sabe explicar o motivo, simplesmente acontece. Quando eu digo "ele" é  porque é dessa maneira que o livro (tradução) apresenta o personagem num primeiro momento. O que não significa nada.
A única certeza na vida de A, é que ele irá acordar no corpo de um adolescente. Garoto, garota, rico, pobre, rebelde, certinho, saudável ou doente; A precisa de adaptar. Ele não tem pais, amigos, nem uma vida que possa se apegar. Mas isso nunca o incomodou muito, até ele conhecer Rhiannon.
Tinha tudo para ser um dia normal, ele não queria interferir na vida do corpo em que habitava, mas foi inevitável. 

"Uma coisa é se apaixonar. Outra é sentir alguém se apaixonando por você, e sentir-se responsável por esse amor."


A sabe que o amor é um privilégio pra alguém como ele. Sabe que manter uma relação acordando cada dia em um corpo diferente, em uma cidade diferente, é impossível. Mas ele decide arriscar, decide colocar o que sente por Rihannon acima de todos os obstáculos.

"Mas você pode saber de algo durante anos sem que isso realmente o atinja."

Eu me surpreendi muito com esse livro. É um YA diferente, com mensagens reflexivas e muito para se ler nas entrelinhas.
Durante toda a leitura fiquei me perguntando como o autor terminaria a história. Porque convenhamos, criar e finalizar um enredo em que o protagonista vive quarenta dias em quarenta corpos diferentes não é pra qualquer um.
A primeira obra do Levithan que li foi Will & Will, e por mais que eu não tenha gostado do personagem criado por ele, a escrita me agradou muito. O mesmo aconteceu em Todo Dia, a leitura fluiu perfeitamente bem, e foi difícil largar o livro.

Tenho que alertar que este não é um livro divertido. É uma história triste, e por mais que seja fantasiosa, nos mostra a vida real de uma maneira diferente. A realidade nua e crua de diversos jovens.
Eu queria falar do final, e dizer como achei genial e muito triste a saída que o autor encontrou pra trama, mas...

Enfim, fica a dica de um livro que merece ser lido e relido. Espero que gostem! ;)

Plínio Mendes